Feira de Fragmentos
Quando os autores falam por e para nós.
quinta-feira, março 01, 2007
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Você não Entende Nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Malemolência
Veio até mim
quem deixou me olhar assim
Não pediu minha permissão
Não pude evitar, tirou meu ar
Fiquei sem chão
Menino bonito, menino bonito ai
Menino bonito, menino bonito ai
É tudo o que eu posso lhe adiantar
O que é um beijo se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai
Vem pra roda da malemolência
[de Céu.]
quem deixou me olhar assim
Não pediu minha permissão
Não pude evitar, tirou meu ar
Fiquei sem chão
Menino bonito, menino bonito ai
Menino bonito, menino bonito ai
É tudo o que eu posso lhe adiantar
O que é um beijo se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai
Vem pra roda da malemolência
[de Céu.]
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Lá vem Teodora Maria outra vez.
Teodora Maria não é uma boa pessoa. Não consegue nem chorar lágrimas cristalinas. Embora esteja triste que só vendo!
Teodora Maria não presta. Não respeita. Não se respeita.
Teodora Maria é também um pouco mais triste hoje. Acredita um pouco menos no mundo e tem uma pedra no peito.
Teodora Maria não pensa para agir. Sai machucando pessoas. E quem mais se machuca é ela mesma.
Teodora Maria detesta incertezas. Não vive bem com elas. Por isso vive colocando o carro na frente dos bois.
Sonha demais. É racional de menos.
Teodora Maria entregou suas fantasias. Voltou ao mundo real. Sórdido. Como ela.
Deu seu último suspiro. Logo ela que achava que só o suspiro valia a pena. Ela que sonhou tanto e agora espera tão pouco.
É uma viciada essa Teodora Maria. Não se entende consigo.
E Teodora Maria foge. Caminha. Toma chuva. Se entrega. Teodora Maria é uma passional.
Ela esquenta. Depois esfria.
Ah Teodora Maria!
De que adiantou fugir?Do que fugia Teodora Maria?
Agora sofre.
Agora chora.
Agora afunda.
[Agora morre Teodora Maria. Busca os restos de ti.Será mais difícil que achar uma agulha no palheiro.]
Teodora Maria não presta. Não respeita. Não se respeita.
Teodora Maria é também um pouco mais triste hoje. Acredita um pouco menos no mundo e tem uma pedra no peito.
Teodora Maria não pensa para agir. Sai machucando pessoas. E quem mais se machuca é ela mesma.
Teodora Maria detesta incertezas. Não vive bem com elas. Por isso vive colocando o carro na frente dos bois.
Sonha demais. É racional de menos.
Teodora Maria entregou suas fantasias. Voltou ao mundo real. Sórdido. Como ela.
Deu seu último suspiro. Logo ela que achava que só o suspiro valia a pena. Ela que sonhou tanto e agora espera tão pouco.
É uma viciada essa Teodora Maria. Não se entende consigo.
E Teodora Maria foge. Caminha. Toma chuva. Se entrega. Teodora Maria é uma passional.
Ela esquenta. Depois esfria.
Ah Teodora Maria!
De que adiantou fugir?Do que fugia Teodora Maria?
Agora sofre.
Agora chora.
Agora afunda.
[Agora morre Teodora Maria. Busca os restos de ti.Será mais difícil que achar uma agulha no palheiro.]
sexta-feira, novembro 24, 2006
Canalha
(Arrigo Barnabé e Walter Franco)
É uma dor canalha
Que te dilacera
É um grito que se espalha
Também pudera
Não tarda nem falha
Apenas te espera
Num campo de batalha
É um grito que se espalha
É uma dor
Canalha
[É. É uma dor canalha. Pô! E dilacera mesmo!]
É uma dor canalha
Que te dilacera
É um grito que se espalha
Também pudera
Não tarda nem falha
Apenas te espera
Num campo de batalha
É um grito que se espalha
É uma dor
Canalha
[É. É uma dor canalha. Pô! E dilacera mesmo!]
segunda-feira, novembro 13, 2006
Fingi na hora de rir
Hoje eu quis brincar de ter ciúme de você
Mas sem porque meu coração me avisou que não
Fingi na hora rir
Talvez por aqui estar tão longe de você pra te dizer
Aquilo que eu temia aconteceu ou foi só ilusão
Você manchou nós dois e desbotou a cor de um só coração
Ou anda sozinha, me esperando pra dizer coisas de amor
Pois eu, eu só penso em vocêJá não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor
Quantas horas mais vão me bater até você chegar?
Aqui meu lar deixou de ser aquilo que um dia eu construí
E eu fico sozinho, esperando pra trazer você para mim
Sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer
Que cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer
E eu fico sozinho, esperando por você, meu bem-querer
Pois eu, eu só penso em você
Já não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor
[Ai,ai. Teodora Maria suspira porque acha que só o suspiro vale a pena]
Mas sem porque meu coração me avisou que não
Fingi na hora rir
Talvez por aqui estar tão longe de você pra te dizer
Aquilo que eu temia aconteceu ou foi só ilusão
Você manchou nós dois e desbotou a cor de um só coração
Ou anda sozinha, me esperando pra dizer coisas de amor
Pois eu, eu só penso em vocêJá não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor
Quantas horas mais vão me bater até você chegar?
Aqui meu lar deixou de ser aquilo que um dia eu construí
E eu fico sozinho, esperando pra trazer você para mim
Sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer
Que cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer
E eu fico sozinho, esperando por você, meu bem-querer
Pois eu, eu só penso em você
Já não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor
[Ai,ai. Teodora Maria suspira porque acha que só o suspiro vale a pena]
segunda-feira, outubro 09, 2006
Quem é Teodora Maria?
Teodora Maria não sabe escrever, embora ela pense que sim. Coitada!
Teodora Maria não faz planos. Tem mania de esperar que os planos a façam.
Teodora Maria tem inveja da vida da novela. Passa horas pensando que poderia ter uma vida daquela.
Teodora Maria gosta de Capitu e Macabéa. Uma porque não capitulou e duvidou, outra porque se sente perdida na metrópole.
Teodora Maria não tem tempo. As vezes ela acha isso bonito. Outras vezes ela gosta do tempo que falta.
Teodora Maria gosta do sim e do não. Mas gosta mais do sim.
Teodora Maria não tem chão, ainda não achou o seu. Embora ela não procure.
Teodora Maria gosta de cerveja e de boteco. Também gosta de comida congelada.
Teodora Maria quer escrever. Mas Teodora Maria não sabe de nada.
(E, além disso, ela não sabe escrever. Coitada!)
[Se você vier me perguntar por onde andei,
no tempo em que você sonhava.
De olhos abertos te direi,
amigo, eu me deseperava.
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português
Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues]
Belchior entrou depois de Teodora Maria pra explicar o que ela sentia e que não sabia escrever. Coitada!
Teodora Maria não faz planos. Tem mania de esperar que os planos a façam.
Teodora Maria tem inveja da vida da novela. Passa horas pensando que poderia ter uma vida daquela.
Teodora Maria gosta de Capitu e Macabéa. Uma porque não capitulou e duvidou, outra porque se sente perdida na metrópole.
Teodora Maria não tem tempo. As vezes ela acha isso bonito. Outras vezes ela gosta do tempo que falta.
Teodora Maria gosta do sim e do não. Mas gosta mais do sim.
Teodora Maria não tem chão, ainda não achou o seu. Embora ela não procure.
Teodora Maria gosta de cerveja e de boteco. Também gosta de comida congelada.
Teodora Maria quer escrever. Mas Teodora Maria não sabe de nada.
(E, além disso, ela não sabe escrever. Coitada!)
[Se você vier me perguntar por onde andei,
no tempo em que você sonhava.
De olhos abertos te direi,
amigo, eu me deseperava.
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português
Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues]
Belchior entrou depois de Teodora Maria pra explicar o que ela sentia e que não sabia escrever. Coitada!